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sábado, 14 de agosto de 2010

Possessão mútua dos dez estados de vida

Possessão Mútua dos Dez Estados (jikkai-gogu) - Conceitos gerais (1)

(Brasil Seikyo, edição nº 1621, 22/09/2001, página A6.)

O princípio de coexistência dos dez estados de vida, também conhecido como Possessão Mútua dos Dez Estados, esclarece a inter-relação entre esses estados. Literalmente significa que cada estado, desde o de Inferno até o estado de Buda, contém todos os dez estados.

Os sutras anteriores ao Sutra de Lótus sustentavam que os Dez Estados existiam independentemente entre si, considerando cada um deles como diferentes locais. Assim, por exemplo, considerava-se que o estado de Inferno situava-se a mil yujun sob a terra (um yujun é a distância que uma tropa de soldados avança num dia — aproximadamente 24 quilômetros), enquanto o estado de Fome situava-se a cinco mil yujun sob a terra. Já o estado de Alegria (ou o Céu) localizava-se num palácio em uma determinada montanha. Em contraste, o Sutra de Lótus negou a separação dos Dez Estados, expondo que todos se reúnem ao mesmo tempo. Além disso, expôs que todas as pessoas dos nove estados possuem a natureza de Buda na profundeza da vida e, portanto, todos possuem o potencial para atingir o Estado de Buda. Então, nos sutras anteriores ao Sutra de Lótus, os Dez Estados representavam diferentes locais, enquanto para o Sutra de Lótus passaram a representar os Dez Estados da Vida.

Na escritura “O Verdadeiro Objeto de Devoção”, Nitiren Daishonin declarou: “No quinto volume do Maka Shikan está dito que: ‘Uma única entidade de vida está dotada com os Dez Mundos. Cada um dos Dez Mundos está, ao mesmo tempo, dotado com todos os outros, de modo que uma entidade de vida na realidade contém uma centena de mundos.’” (As Escrituras de Nitiren Daishonin, vol. 1, pág. 47.)

Assim, podemos entender que um determinado estado de vida coexiste com os demais estados na forma latente. Esta teoria confirma que os estados de vida não são condições estáticas, mas que um estado torna-se mais evidente do que outro de acordo com as causas externas que o motivaram, deixando os demais estados na condição não manifesta.

Enfim, o conceito de Possessão Mútua dos Dez Estados nos permite entender melhor o princípio dos Dez Estados de Vida, sob o ponto de vista de sua aplicação prática na vida diária

Aplicação prática na vida

Observando a vida de uma pessoa, é possível perceber seu estado de vida básico. Podemos dizer que a tendência habitual da vida das pessoas, assim como sua própria personalidade, foi desenvolvida pelas causas acumuladas até o presente.

O princípio de Possessão Mútua dos Dez Estados explica que todas as pessoas têm um estado de vida básico e que, embora manifestem outros estados de acordo com as circunstâncias, acabam retornando a esse estado básico. Por exemplo: uma pessoa cujo estado básico é o de Ira, mesmo que manifeste momentaneamente o de Bodhisattva, retornará rapidamente ao estado de Ira. A maneira como encaramos as situações e a forma como as resolvemos estão diretamente relacionadas a este estado básico de vida. Se a tendência de uma pessoa é o estado de Inferno, as ações para satisfazer os desejos individuais do estado de Fome serão condizentes com o baixo nível de vida do estado de Inferno. Agindo para satisfazer a fome dos desejos, suas ações podem chegar a ser tão negativas a ponto de agredir ou até tirar a vida de alguém. No entanto, se o estado básico é o de Buda, as ações para satisfazer os desejos do estado de Fome serão elevadas e positivas. Portanto, se o estado básico de vida é elevado, não importando quão negativa seja a condição, as ações também serão elevadas.

Mesmo quando tornamos o estado de Buda nossa tendência básica, ainda possuímos os outros estados e, naturalmente, continuamos a ter preocupações e sofrimentos. Porém, a esperança torna-se o alicerce de nossa vida e passamos a manifestar uma alegria inabalável. A prática diária do Gongyo e do Daimoku é o meio para se atingir esta condição.

Certa vez, o presidente Toda disse: “Mesmo ficando doente, devemos manter a atitude de que ‘Eu estou bem. Sei que se orar ao Gohonzon, vou melhorar.’ O fato de manifestar o estado de Buda não quer dizer que somos capazes de viver desfrutando uma completa paz espiritual? Sim, porém, como o estado de Buda contém os outros nove estados, em algumas ocasiões ainda podemos ficar irados. O fato de experimentarmos a paz espiritual não significa que eliminamos a ira, por exemplo. Uma preocupação continua sendo uma preocupação. Contudo, sentimos em nosso interior uma profunda paz espiritual. A pessoa que manifesta esta condição de vida pode ser chamada de Buda.” (Brasil Seikyo, edição no 1.515, 7 de julho de 1999, pág. 3.)

O Kossen-rufu é uma luta para tornar o estado de Buda a tendência básica da vida das pessoas. Fundamentalmente isso se resume em criar laços cada vez maiores de amizade e de companheirismo.

A importância maior do princípio de Possessão Mútua dos Dez Estados é esclarecer que todas as pessoas, mesmo as que se encontram predominantemente nos estados mais baixos, estão dotadas com a suprema condição de vida chamada estado de Buda. Portanto, mesmo que se encontre na mais terrível condição, possui inerentemente a possibilidade de manifestar o potencial do estado de Buda e alcançar a felicidade.



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